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Vendedor de vacinas reafirma à CPI pedido de propina de US$ 1 por dose no governo Bolsonaro



O representante da Davati Medical Suply Luiz Paulo Dominguetti Pereira confirmou à CPI da Covid a denúncia que fez à Folha de S.Paulo, de cobrança de propina.

Dominguetti reforçou que o pedido de propina seria de um US$ 1. Ele disse que a primeira proposta de vacina era de US$ 3,50, a menor do mercado. A Davati estava ofertando 400 milhões de doses. "Foi sempre colocada uma oferta justa, comercial para o ministério."


Dominguetti Pereira afirmou que inicialmente o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco não tinha conhecimento da proposta para a venda de 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca.

Ele afirma que se surpreendeu ao ver que Franco não tinha conhecimento, uma vez que se tratava de uma grande quantidade, 400 milhões de doses, e que foi encaminhada a outros diretores do ministério.

O encontro com Elcio Franco, afirma o depoente, deu-se após o encontro com o ex-diretor de logística Roberto Ferreira Dias, na qual Dominguetti afirma ter sido pedido propina de US$ 1 para avançar nas negociações.

Dominguetti Pereira disse também que três diretores do Ministério da Saúde tiveram

conhecimento da proposta de venda de 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca.

O depoente disse que as propostas foram repassadas para o ex-diretor de logística Roberto Ferreira Dias, ao ex-secretário-executivo Elcio Franco — braço direito do ex-ministro Eduardo Pazuello — e a uma pessoa que ele chamou de Laurício, que seria representante da Vigilância Sanitária.

Apenas ressaltou que Franco não soube inicialmente da proposta.

Dominguetti Pereira também disse que esteve três vezes no ministério. Ele contou que teve contato com Elcio Franco por intermédio de uma ONG do Distrito Federal, que seria administrada por um coronel.

SOBRE AS VACINAS


Em depoimento à CPI da Covid, o representante da Davati Medical Suply Luiz Paulo Dominguetti Pereira disse não saber com certeza como a empresa teria acesso a 400 milhões de doses que foram oferecidas ao Ministério da Saúde.

"A informação que nós tínhamos, excelência, era que o dono da Davati tinha acesso a locadores no mercado, que eram os proprietários da vacina", afirmou.

MELHORAR PREÇO


Em depoimento à CPI da Covid, o representante da Davati Medical Suply Luiz Paulo Dominguetti Pereira descreveu detalhes do encontro em que teria sido pedida propina para a compra da vacina Astrazeneca.

Dominguetti Pereira disse que o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias disse que precisava "melhorar esse valor" da proposta da vacina, que foi apresentada por US$ 3,5 por dose. Ao afirmar que não seria possível, porque já era o preço mínimo, o ex-diretor então teria dito que seria necessário aumentar o valor e não diminuir, sugerindo a propina.


"Nós temos que melhorar esse valor. Mas é para cima, para mais", teria dito Ferreira Dias, segundo relatou Dominguetti à CPI, acrescentando que depois manteve a proposta, sem a propina.

DEPUTADO LUÍS MIRANDA


Em depoimento à CPI da Covid, o representante da Davati Medical Supply Luiz Paulo Dominguetti Pereira afirmou que o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) procurou a empresa para comprar vacinas.

Luís Miranda e seu irmão, o servidor da Saúde Luís Ricardo Miranda, estão no centro das denúncias de irregularidades na contratação da vacina Covaxin, que atingiram o governo. O parlamentar disse à CPI da Covid que levou as suspeitas ao presidente Jair Bolsonaro e implicou o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).

"Luís Miranda procurou a Davati, o Cristiano [Carvalho, representante da Davati no Brasil], buscando negociar a compra de vacinas"

Dominguetti Pereira disse que o representante da empresa descreveu o parlamentar Miranda como "um dos que mais incomodava, o mais insistente".


Folhapress
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