Praticar exercícios físicos pode aumentar o risco de ter um infarto? O caso de um ciclista do Distrito Federal que fazia uma trilha, passou mal e teve uma parada cardiorrespiratória, na quinta (3/6), levanta essa questão.
“Que fique claro: exercício físico é maravilhoso para a saúde, mas é importante que o exercício seja compatível com a capacidade física da pessoa naquele momento”, explica Luciano Lourenço, clínico geral chefe da Emergência do Hospital Santa Lúcia e especialista em medicina esportiva.
Segundo ele, a prática regular de exercícios físicos é capaz de organizar todos os sistemas do organismo, melhorando não apenas o sistema cardiorrespiratório, mas também regulando as taxas hormonais, além de contribuir para saúde da pele e bom funcionamento do aparelho digestivo e dos rins.
Mas para que o exercício físico seja benéfico e não represente um risco, é necessário que haja uma progressão. “Só conseguimos correr se aprendermos a andar. Com os exercícios é da mesma forma. Se desejamos ter uma alta performance, é preciso começar com uma intensidade menor”.
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O médico alerta ainda que não existe um padrão universal do que seriam exercícios intensos ou moderados; tudo vai depender do condicionamento físico do praticante, que está diretamente ligado à frequência. “Para uma pessoa que está sedentária há anos, uma simples caminhada pode ter um grande impacto, pois aquele corpo não está preparado para fazer aquele esforço”, afirma.
Mas e quem sempre praticou esportes, mas parou por um tempo, ou ainda os atletas de final de semana, será que existe risco? “Sim, principalmente porque, quando a pessoa já teve um período da vida em que foi muito ativa, em que teve alta performance, pode se convencer de que é capaz de repetir aquele feito, mas o corpo, se estiver sedentário, não atingirá os mesmos patamares, e forçar pode ser um risco aumentado”.
Luciano ressalta que a presença de comorbidades, como hipertensão, diabetes e tabagismo, além de um histórico familiar desfavorável podem aumentar os riscos de um incidente como a parada cardiorrespiratória que, segundo ele, pode resultar em infarto, na maioria das vezes. “A morte súbita, que pode ocorrer durante a prática de exercícios físicos, se deve a uma arritmia no coração, que deixa de funcionar”.
O especialista em medicina esportiva frisa a importância de estar com os exames médicos em dia, e buscar orientação profissional antes de começar ou mesmo reiniciar a prática de exercícios físicos. “A partir de uma avaliação médica individual e de exames é que podemos determinar as reais condições da pessoa e quais atividades físicas são compatíveis para ela naquele momento”.
Metrópoles
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