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Em Bayeux, projeto propõe reorientação para homens acusados de violência doméstica



Homens que estão respondendo a processo por violência contra mulheres participaram, nesta quinta-feira (17), do lançamento da 2ª turma do projeto ‘Refletir’, que tem o objetivo de ofertar oficinas para despertar a consciência da não violência contra mulheres e evitar reincidências.

O projeto é uma parceria do Ministério Público da Paraíba (MPPB) por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Mulher de Bayeux e do Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste (SPM-NE). A solenidade ocorreu na sede do SPM, localizada à Rua Senador Rui Carneiro, nº 40, no Conjunto Mário Andreazza.

O ‘Refletir’ tem intuito de ser uma formação cidadã, despertando a consciência dos homens inscritos para a não violência contra as mulheres.

O educador Diego da Silva Jacinto ressalta que as oficinas geram mudança de comportamento nos homens que participam do projeto.

“O projeto tem esse objetivo de levar esses homens a refletir sobre as próprias condutas e nós fazemos isso a partir de discussões sobre gênero, cultural patriarcal e a Lei Maria da Penha. Com essas discussões eles são levados a refletirem sobre o conjunto de atitudes violentas que violam os direitos das mulheres”, disse.

A Promotora de Justiça de Defesa da Mulher de Bayeux, Fabiana Lobo, explicou que o projeto surgiu em João Pessoa e já há experiências similares replicadas em outras cidades pelo Ministério Público da Paraíba, a partir da coordenação da promotora Dulcerita Alves, e que em Bayeux a implantação se fez necessário devido ao grande volume de casos de violência doméstica.

“Em Bayeux nós temos percebido que a violência contra a mulher é muito grande, desde as ameaças até atos extremos. A questão da posse e não aceitar o fim do relacionamento é uma das principais motivações para as agressões, por isso, o projeto Refletir seleciona homens em processo de violência. Quando vamos analisar os casos e fazer a triagem percebemos que há muitos homens empregados, com família constituída, mas que esse comportamento pode ser revertido”, ressaltou.

O curso tem uma carga horária total de 20h, sendo um encontro por semana, e os homens que participam acabam tendo o curso como um atenuante a ser levado em consideração pelo magistrado no julgamento do processo. Mesmo após encerrado o curso, o Ministério Público da Paraíba monitora os homens inscritos no projeto por mais seis meses para se certificar que os homens acusados de agressão contra as mulheres não reincidiram na prática.


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