A educação infantil, primeira etapa da educação básica, é um período importante para a formação e desenvolvimento da criança de zero a cinco anos. Com o intuito de acompanhar tal desenvolvimento de forma integral é necessária uma avaliação que ultrapasse a simples mensuração e leve em consideração o aluno enquanto protagonista do processo, inclusive as suas singularidades e especificidades, tendo em vista que se avalia para registrar seus avanços pessoais nos aspectos físico, psicológico, intelectual e social e a adaptação do modelo avaliativo é crucial para que a criança seja incluída neste processo desde a tenra idade, levando em consideração suas limitações cognitivas, para que se desperte a estimulação precoce nas áreas afetadas o mais rápido possível.
O universo da criança deve ser levado em consideração na hora da escolha dos instrumentos avaliativos, pois os registros básicos de atividades não traduzem a dinamicidade do espírito de uma criança na fase inicial, tampouco elevam suas potencialidades específicas, muito menos valorizam as individualidades de cada aluno. Para que haja uma avaliação satisfatória desde a base, o professor deve ser um investigador que se propõe a acompanhar sistematicamente todos os níveis do desenvolvimento e da obtenção de novos conhecimentos de cada aprendente.
Diante desse cenário, nós nos perguntamos: quais as concepções de avaliação dos professores da educação infantil (creches e pré-escolas) e como essa concepção influencia em sua prática docente e permeia para posturas de uma possível adaptação do modelo avaliativo aos alunos que assim necessitam?
Afim de indicar possíveis respostas a tal questionamento, é necessário investigar a concepção de avaliação de professores que atuam na educação infantil e suas implicações na viabilização de uma adaptação curricular. Dessa forma, será sempre importante discutir a relação entre a formação, adaptação curricular e a concepção de avaliação dos professores que atuam na educação infantil; verificar quais instrumentos avaliativos são utilizados pelos professores e se há adaptação para os alunos que não atendem às expectativas típicas do processo, por exemplo, alunos com deficiência.
Deve-se levar em consideração que os instrumentos avaliativos merecem ser observados, selecionados e aplicados cuidadosamente ao longo do ano letivo, com o intuito maior de subsidiarem a aprendizagem significativa do estudante. Somando-se a isso, a maturidade em saber alternar ou encontrar o instrumento adequado para o momento mais propício é de fundamental importância para uma atuação docente proficiente, sendo algo que também colabora, direta e indiretamente, para o desenvolvimento do educando. Dessa maneira, coloca-se como de relevância imprescindível perceber qual é a concepção dos professores sobre a avaliação e, igualmente, estudar o referido tema no âmbito da educação infantil, como processo fundamental para o entendimento de práticas desenvolvidas nessa etapa.
Não se deve apresentar um único tipo de aula sempre, como se percebe corriqueiramente no contexto atual, até porque não existe um único tipo de aluno e, paralelamente, não se pode avaliar toda a turma de uma única maneira, afinal, devem-se oportunizar diferentes formas de avaliação (adaptação levando em consideração o sujeito em voga), a fim de que não ocorram prejuízos no processo cumulativo de aquisição de conhecimentos e para que as atitudes sejam tomadas nos momentos oportunos e viáveis do percurso, e não tardiamente, como costumeiramente ocorre.
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº. 9.394/96) e o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) servem de subsídios legais para a execução de práticas efetivas no contexto educacional. Tais documentos devem ser amplamente divulgados entre os profissionais da educação e discutidos nos espaços propícios para este fim, no intuito de que ações inovadoras surjam a partir deles, além de serem repensados e ressignificados, levando em consideração as realidades locais.
Vale salientar que as práticas executadas no âmbito escolar necessitam estar de acordo com os dispositivos legais, ou seja, devem andar em consonância com o que assevera a lei; por isso, as práticas avaliativas precisam ser norteadas por tais aparatos e não contradizê-los, como por vezes é perceptível, sendo que a maioria dos casos ocorre por mero desconhecimento.
Se você, educador(a) tiver interesse nessa temática, essas discussões são parte de um artigo escrito por mim e publicado no e-book Construindo Diálogos na Educação Inclusiva: Acessibilidade, Diversidade e Direitos Humanos (17/12/2020), que você, leitor, poderá acessá-lo na íntegra no link: https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/73826.
Um abraço a você leitor(a),
Kalina Oliveira.
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